Profecias do Bandarra

O verdadeiro patrono do nosso País é esse sapateiro Bandarra...
O futuro de Portugal - que não calculo mas sei - está escrito já, para quem saiba lê-lo, nas trovas do Bandarra...
O Bandarra, símbolo eterno do que o povo pensa de PortugalFernando Pessoa

Em dois sítios me achareis,
Por desgraça ou por ventura:
Os ossos na sepultura,
A alma, nestes papéis.

_____________________________________________________________________________________

Um livro pequeno, muito pequeno, não fosse a quantidade de informações históricas que poderemos ler!

Para mim, este livro trata-se apenas de uma curiosidade. Qualquer interessado vai ler este livro pela história das suas profecias: Bandarra ofereceu-nos, no séc. XVI, poemas que vaticinam o futuro de Portugal e do Mundo, e acabaram por acontecer realmente depois de ele morrer!

Serviu de inspiração a muita gente, incluindo o padre António Vieira e o poeta Fernando Pessoa.
Este livro vem acompanhado com um prefácio de carácter histórico, que ajuda a perceber o porquê da publicação de tais trovas, e acompanha-o várias notas para quem quer aprofundar melhor o significado de cada dito. É curioso ver que as profecias/poemas são escritos em forma de metáfora, e o leitor não deixa de pensar: realmente, sim senhora, por acaso até acabou por ser assim, olhem só a comparação!...

Além disso, ainda podemos ler algumas críticas ao estado do país que, incrivelmente, se mantém até hoje...

Comprei este livro em Trancoso, a preço de 1 euro. O conselho: visitem Trancoso e comprem o livro. Para quem ficou interessado depois da minha apreciação, como é óbvio aconselho-os a lerem o livro quando puderem.

5 comentários:

JPD disse...

O Bandarra corresponderia, grosseiramente, a um oráculo grego?

Vou seguir o conselho: ir a Trancoso e depois ler o vate.

Um abraço

Pedro disse...

JPD,
hum, boa pergunta... Na minha opinião, sim, mas como dizes grosseiramente =)

Bandarra escreve poemas em que fala do estado das coisas e em que descreve os seus sonhos, sempre não mencionando nomes mas sim metáforas, para o que há-de vir.

Tanea disse...

Fiquei há pouco a conhecer este personagem pois li um livro sobre as profecias dele. O Livro chama-se VATES-AGB de Ana Margarida Oliveira e é passado no sec.XVI e no momento presente. Está bem conseguido.

Anónimo disse...

Se nos Lusíadas a ultima palavra define o pecado dos portugueses que nos impede de ser grandes “ Inveja”,

Em Fernando Pessoa que foi para além de grande poeta um iniciado e astrólogo que soube sentir a pátria, o seu estado de alma. No nosso entender ele contribuiu para a descoberta e antevisão do nosso futuro através da sua “Mensagem”

O último poema da mensagem correspondente à 3ª parte (O Encoberto) é precisamente o 5º poema intitulado “ Nevoeiro” curioso é a simbologia a 3ª parte é a ultima parte de uma trilogia, se pensar-mos na trilogia cristã o reino do pai à, 4 mil anos o solstício de primavera dava-se sobre o Egipto, à 2 mil anos na era do filho o solstício dava-se sobre Roma e agora volvidos mais dois mil anos, dá-se sobre a península Ibérica. Por esse motivo as festas de espírito Santo em Tomar e nos Açores.

O facto de ser o 5º poema remete-nos imediatamente para o 5º Império que esteve sempre bem presente ao longo da nossa história nas tradições e na bandeira representado pelos escudetes.

Este poema reflecte o estado a que os nossos políticos levaram o nosso povo:

NEVOEIRO

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.


Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…

É a hora!

É fácil pela leitura do poema que dispensa explicações, entender que chegamos ao ponto de dizer que é a nossa hora enquanto povo, de reagirmos de cumprir o destino de ser português!

O destino de Portugal é fundar o 5º Império e o 5º Império o que é? Quanto a mim é uma nova forma de governar e fazer politica que vai trazer aos povos a “Pax in Excelsis”

No segundo poema dos símbolos do Encoberto Pessoa dá-nos a receita para nos libertarmos:

Triste de quem vive em casa,
Contente com o seu lar,
Sem que um sonho, no erguer de asa,
Faça até a mais rubra a brasa
Da lareira a abandonar!

Triste de quem é feliz!
Vive porque a vida dura.
Nada na alma lhe diz
Mais que a lição da raiz –
Ter por vida a sepultura.

Eras sobre eras se somem
No tempo que em eras vem.
Ser descontente é ser homem
Que as forças cegas se domem
Pela visão que a alma tem!

Só através da mobilização e da manifestação do descontentamento e da acção sobre as forças maléficas (o poder actual) o bem se pode impor.

No 3º Aviso sobre o desejado o poeta escreve:

Screvo meu livro à beira mágoa.
Meu coração não tem que ter.
Tenho os meus olhos quentes de água
Só tu, Senhor, me dás viver.

Aqui o poeta identifica o desânimo e o choro que vai na alma dos portugueses!

Só te sentir e te pensar
Meus dias vácuos, enche e doura.
Mas quando quererás voltar?
Quando é o Rei? Quando é a hora?

O poeta aqui identifica o tal sentido da hora de mudança com a vinda do Rei. Quando chega a hora do rei e da mudança, interroga-se.
Quando virás a ser o Cristo
De aquém morreu o falso Deus,
E a despertar do mal que existo
A Nova Terra e os Novos Céus?

O poeta aqui pergunta quando serás a luz, o escolhido, quando acabará a mentira do falso rei. Quando nos livrarás do mal em que vivemos e quando irás trazer a nova esperança e vida?

Quando virás, ó encoberto
Sonho das eras português
Tornar-te mais que o sopro incerto
De um grande anseio que Deus fez?

O poeta aqui pergunta, quando é que apareces para o povo te conhecer?

Mas afinal quem é o encoberto, o Rei que todos procuramos para realizar o sonho da alma pátria e cumprir Portugal?

O ENCOBERTO:

Que símbolo fecundo
Vem na aurora ansiosa?
Na Cruz Morta do Mundo
A Vida que é a Rosa

Que símbolo divino
Traz o dia já visto
Na Cruz, que é o destino
A Rosa que é o Cristo.
Que símbolo final
Mostra o Sol já desperto
Na Cruz morta e fatal
A Rosa do encoberto


A Vida que é a Rosa; A Rosa que é o Cristo; A Rosa do encoberto, as rosas multiplicam-se dando origem a um rosário ou campo de rosas. O símbolo da rosa identifica o rei verdadeiro!

Outras características que identificam o rei desejado:

As Ilhas afortunadas:

São ilhas afortunadas
São terras sem ter lugar,
Onde o Rei mora esperando.
Mas se vamos despertando,
Cala a voz, e há só o mar.

Calma

Que costa é que as ondas contam
E não se pode encontrar
Por mais naus que haja no mar?
O que é que as ondas encontram
E nunca se vê surgindo?
Este som de o mar praiar
Onde é que está existindo?

Ilha próxima e remota,
Que nos ouvidos persiste,
Para a vista não existe.
Que nau, que armada, que frota
Pode encontrar o caminho
À praia onde o mar insiste,
Se à vista o mar é sozinho?

O rei verdadeiro nasceu ou vive numa ilha próxima e remota.

Haverá rasgões no espaço
Que dêem para o outro lado
E que, um deles encontrado,
Aqui onde há só sargaço,
Surja uma ilha velada,
O país afortunado
Que guarda o rei desterrado
Em sua vida encantada?

Rasgões no espaço, refere-se a vinda do Rei desterrado de avião, o Rei que tem uma vida encantada.

O desejado:

Onde quer que entre sombras e dizeres
Jazas remoto, sente-te sonhado

O assunto do rei verdadeiro estavam aparentemente enterrado, mas alguém sonhava com o Desejado!

E ergue-te do fundo de não – seres
Para o teu novo fado!

O facto de não ser uma situação normal não impede de cumprir o destino, como Desejado!

Vem Galaaz com a pátria, erguer de novo,
Mas já no auge da suprema prova
A alma penitente do teu povo
À eucaristia Nova

Vem fiel cavaleiro, aquele a quem foi confiada a missão, vem erguer a pátria e celebra com o teu povo um novo compromisso, uma forma diferente de fazer e viver a vida!
Galaaz é o cavaleiro a quem se confiam missões!

Mestre da paz, ergue o teu gládio ungido,
Excalibur do Fim, em jeito tal
Que sua Luz ao mundo dividido
Revele o santo Graal!

Revela ao povo a tua força e a tua bondade de forma tal que as pessoas divididas, vejam a verdade, o santo Graal!

Como disse Nª Srª aos Pastorinhos, só o Rosário salvará Portugal!

www.reifazdeconta.com

Anónimo disse...

O seguimento ao 5o império do pessoa está noutro grande pensador ( e tal mal/ pouco conhecido) Agostinho da Silva. Ele diz de forma direta , concreta e acessível o que é, e qual o caminho .